segunda-feira, 13 de abril de 2009

Egoísmo

Todo altruísmo tem no fundo um pouco de egoísmo. O ser humano vive inteiramente para si mesmo, é intrinsecamente egocêntrico. Quando se fazem atos solidários de ajuda ao próximo, aí entra também o prazer e a felicidade própria. O homem vive apenas em função de si mesmo, ama para satisfazer-se, trabalha, reproduz-se, preserva o meio ambiente, doa, acolhe. A busca pela felicidade e satisfação do ego é tamanha que toda ação, por mais que pareça grandiosamente altruísta, não é. Ninguém é “bom” o suficiente para dizer-se essencialmente altruísta. Dizia a escritora iluminista Anne Louise Germaine Necker que “o amor é um egoísmo a dois”.

Existe o egoísmo saudável, o qual toda criança aprende a ter a fim de interar-se ao meio social e também outro tipo de egoísmo em que não há consideração com o próximo. A sociedade atual convive cada vez mais com uma forma de egoísmo que extrapola os limites da liberdade de cada cidadão. O meu “eu” é mais importante que o seu, portanto o que está bom para mim, deve estar bom para você e para todos. Dinheiro e território são algumas formas egoístas de representação de interesses políticos que muitas vezes são causadoras de pequenos conflitos entre países e até mesmo guerras. Esta avidez por satisfazer interesses acaba certamente nunca privilegiando a todos os envolvidos, que nos casos citados, são nações inteiras, com pessoas umas diferentes das outras e cada qual com anseios diferentes. Líderes são exemplos de egoístas coletivistas; buscam o sucesso de um determinado grupo em detrimento de outro(s).

O homem nunca está saciado, nunca pára de buscar seu propósito de vida, portanto o egoísmo exagerado pode-se tornar uma forma de prazer assim como o consumismo, alcoolismo, violência e outras, as quais não têm limites e nem razão.

“O egoísta é alguém desprovido de consideração pelo egoísmo dos outros.” – Ambrose Bierce, escritor estadunidense.